Nome meio clichê, nome do capítulo meio clichê, mas espero que gostem.
1258, por volta da meia noite de uma tranquila noite de
primavera em Agon.
Nas sombras da noite, eles nos atacaram, de forma súbita e
rápida
-Levantem seus porcos. Lutem, estamos sendo atacados. Vamos.
Lutem- A única coisa que se ouviano meio do caos e da confusão e também foi a última coisa que Gard falou, já que ao terminar, uma lâmina
cravou em seu crânio.
Estava deitado e única coisa que consegui fazer ao levantar
foi pegar minha espada e tentar avaliar a situação em que nos encontrávamos,
aqueles covardes malditos que se aproveitavam das sombras para atacar iriam
sofrer. Um deles veio ao meu encontro tentando dar uma estocada com a espada,
desviei o golpe dele e aproveitei a guarda aberta para passar a lâmina de minha
espada em seu peito, fazendo seu sangue esguichar, pintando minha túnica e fazendo
uma poça no chão. Os malditos haviam matado alguns de nós, aos poucos nós nos
reorganizamos e lutamos de volta, frustrando o ataque deles, eles não eram
páreos, os covardes começavam a morrer agora, estávamos prestes a rechaçá-los.
Um outro veio em minha direção, ele armava um golpe de cima para baixo, desviei
para o lado e dei-lhe um golpe no pescoço, fazendo sua cabeça se separar de seu
corpo. Mais dois vieram, um de cada lado, peguei um machado de guerra que
estava no chão e dei dois passos para trás e os dois acompanharam e por erro
deram alguns passos para o lado, ficando mais centralizados em relação a minha
posição, o da esquerda deu um passo mais parecido com um pulo ao vir em minha
direção, de forma totalmente descuidada, assim que se aproximou eu me ajoelhei
no chão e dei uma estocada com minha espada de baixo para cima, minha espada
atravessou o pescoço do homem, logo em seguida o outro veio, não deu nem tempo
de tirar minha espada do corpo de meu inimigo, em minha mão esquerda o machado
que havia pegado antes e com a mão direita empunhei minha adaga que estava no
cinto, mal me levantei e o ataque furioso do inimigo já caía sobre mim, consegui
mover o machado à tempo de seu ataque não ser pior, além de me derrubar no
ataque a espada dele estava cravada entre a cota de malha e carne do meu ombro
direito, forcei o machado para o alto, a espada do inimigo subiu junto do
machado, deixando a guarda dele aberta, aproveitei a chance e me coloquei em pé,
o sangue quente escorria pelo meu braço e dor incomodava no corte, ele partiu
para o ataque mais uma vez em uma sequência de golpes que consegui aparar com o
machado com certa dificuldade em um ataque consegui deixá-lo com a guarda
aberta e me aproximei o bastante e finquei a adaga em seu olho, ele caiu
agonizando no chão e para dar um fim ao seu sofrimento cravei o machado no meio
de sua face fazendo a cabeça se partir ao meio. Os poucos inimigos que sobraram
começaram a fugir, a caserna estava enfeitada com corpos, membros e poças de
sangue.
-Ei estão todos bem?- Perguntou Sir Brand, o Comandante da
guarnição de Agon, eles estava coberto de sangue, assim como todo outro
cavaleiro, os curandeiros e cirurgiões da irmandade começaram a chegar e
observar entre os sobreviventes os que iriam ser atendidos, vendo quais não
tinham mais jeito e quais poderiam ser atendidos.
-Precisa de ajuda?- Disse uma mulher que se aproximava, com
um vestido branco e um avental da mesma cor com o triângulo da irmandade bordado
nele.
-É só um corte, tem outros ali que precisam de mais
atenção.- Respondi.
-Taarion!- Chamou o capitão e eu fui em sua direção deixando
a mulher sem me importar. -Faça uma contagem dos mortos e feridos, depois leve
para mim, vou ver como está a situação lá fora.- Ordenou, chamou alguns
soldados que ainda tinham condição para lutar e saiu da caserna que ficava num
pequeno forte que estava localizado em um monte no centro da cidade de Agon. A
cidade era grande para os padrões do Reino de Idoran, deveria ter uns bons dois
mil habitantes e estava ao norte da capital, afundo do território do reino,
teoricamente um lugar bem protegido e por isso tínhamos poucos cavaleiros na
nossa guarnição e a guarda da cidade era formada por cerca de cinquenta
soldados, número parecido com o nosso.
-Sim, Senhor Comandante.- Respondi.
“Um... dois... três...”, assim ia a contagem até chegar em
nove, eram nove cavaleiros mortos, catorze feridos levemente e mais dois que
talvez não conseguiriam ver o sol do novo dia. Minha mente estava agora focada
em saber como eles conseguiram chegar aqui, Agon estava distante de qualquer
fronteira, ainda mais a fronteira com o Império que ficava ao extremo sul do
território de Idoran, são pelo menos seis dias à cavalo vindo pela estrada Real
e creio que um grupo desse tamanho e todos com armas e armaduras chamaria muita
atenção vindo por lá, com sorte Sir Brand e os outros conseguiriam trazer
alguém vivo e poderíamos saber qual rota eles usaram para chegar aqui.
-Com licença, deixe-me ver seu braço.- Disse uma voz, olhei
para o lado e vi a mesma mulher de antes, agora prestando mais atenção nela
notei a beleza de seu rosto, ela nem esperou minha resposta e já colocou a mão
em meu ombro e abriu o tecido e a cota de malha para analisar o corte.
-Argh... Caralho!- Exclamei, agora que o sangue tinha
esfriado pude sentir a dor do corte que pela graça dos Deuses não aparentava
ser muito profundo.
-Desculpe eu não tive a intenção...- Ela disse de um jeito
suave.
-Não foi nada.- Eu não sabia muito bem o que dizer, ela
pegou uma agulha e linha que tirou de uma pequena caixa que carregava junto
dela e começou a suturar o corte enquanto eu emitia alguns baixos gemidos de
dor. -Muito obrigado.- Disse quando ela terminou, ela olhou nos meus olhos sem
falar nada e virou-se para atender outra pessoa.
O sol já entrava pelas pequenas janelas da caserna, um dos
que estavam gravemente feridos não conseguiu sobreviver, enquanto o outro ainda
resistia. Enquanto eu limpava minha espada, Sir Brand regressou com mais
ninguém além daqueles que o acompanharam.
-Taarion, como está nossa situação?- Perguntou.
-São dez mortos e um ferido gravemente Senhor Comandante, o
resto está apto para outro confronto.- Respondi.
-Bom, creio que eles não nos atacarão de novo, temos que
avisar aos vilarejos e cidades próximas... Ygen mande corvos, mensageiros ou
qualquer outra bosta para qualquer lugar que possa ser pego desprevenido e mande
alguns soldados em patrulha aos arredores da cidade. Ah, avise a guarda da
cidade também, quem sabe os malditos não estão se escondendo em algum lugar por
aqui.- Ordenou o Comandante. -Vejo que está ferido também, descanse hoje,
amanhã você partirá para Idoran.- Disse.
-Sim, Senhor Comandante.- Respondi, “mas que caralhos farei
em Idoran?” pensei.
Bom, esse descanso vai ser bem-vindo. Enquanto pensava no
que havia acontecido e no que eu teria que fazer em Idoran, o sono me atingiu e
nem percebi quando cai no sono, o cansaço do combate e o pesar pelos
companheiros que haviam perecido eram grandes que o sono foi vazio, sem sonho, sem
pesadelos, somente o vazio.
Continua.